domingo, 30 de maio de 2021


Minha mãe Léa, Eleanor Moreira Ribeiro, nasceu em Manaus, filha única do português José da Costa Moreira e da síria Maria de Lourdes Zalf... Meu avô trabalhou a vida inteira na tradicional "Drogaria Universal" desde ainda menino quando chegou em Manaus com sua família de imigrantes (Tio Ângelo e Tia Micas)... Ela da mesma forma com sua família (Tio Assen Zalf e Tio Anoah Zalf)... Todos naturalizados brasileiros... É o que me lembro deles.




Porto de Lenha é uma canção de 1991 composta e interpretada pelo músico amazonense Zeca Torres. A letra desta musica é uma obra de arte... Minhas homenagens ao Torrinho.

De "Porto de Lenha" ao "Porto Roadway"... O maior porto flutuante do mundo... Um espetáculo na entrada da cidade... "Porto de Lenha (CANÇÃO)" que inspirou a canção do meu amigo "Torrinho-1970" e "Porto Roadway (MANAUS)"... a entrada ou ESTRADA do Rio Negro, Solimões, Madeira e Amazonas.





Da esquerda para a direita: Meu pai e minha mãe, tia Micas e Lourdinha, tia Telma, meu querido e saudoso avô Moreira, tia Esmeralda (esposa de tio Ângelo, irmão do meu avô) e minha querida e saudosa vozinha Lourdes.




Meu pai e minha mãe casaram-se no dia 30 de Maio de 1953 na 1ª Igreja Batista de Manaus, Rua Joaquim Nabuco com Rua Dr. Machado.







Quando meu pai decidiu vir para Manaus estudar Medicina, estivemos morando na casa dos meus avós maternos por uns tempos na Rua Leonardo Malcher, 1253, esquina com Av. Getúlio Vargas... Daquela casa tranquila e aconchegante que eu brincava na sua calçada alta, e o portão por onde meu pai e minha mãe tantas vezes passaram... Só resta agora um abandono... Foi vendida tempos atrás e o novo dono desapareceu!!!






Meu avô Moreira saia cedo pra trabalhar, caminhando pela Av Getúlio Vargas até chegar na "Drogaria Universal" na Rua Marechal Deodoro... Saia para o almoço às 11 e meia "em ponto, todos os dias", caminhando pela Rua Tapajós e subia a Av. Leonardo Malcher até a casa... Tomava banho e comia a comidinha árabe que a vó Lourdes fazia muito saborosa, sempre acompanhada com "Vinho Raposa"... Depois cochilava um pouco na sua rede atada na sala... Voltava ao trabalho à tarde fazendo o mesmo  percurso de ida e volta... E quando voltava à tardinha parava num boteco perto da casa e tomava EXATAMENTE e NUNCA MAIS QUE duas cervejas e dois ovos cozidos... Assim, todos os dias... "Meu avô era um português pontual como um inglês de puro sangue".


Ás vezes me levava na parte da tarde pra ficar com ele na drogaria... Lá eu andava por todos os cantos livremente (meu avô era gerente) e todos me davam muita atenção... Tinha lá um elevador interno que servia para elevar e baixar caixas de medicamentos (a drogaria tinha 3 andares)... Eu gostava de descer até a parte de baixo que dava acesso ao setor de perfumaria com portas para a Av. Eduardo Ribeiro quase em frente ao "Relógio Municipal"... Era nesse setor que antigamente funcionava o serviço de "Aplicação de Injeções" onde meu pai trabalhava quando conheceu minha mãe.


Meu avô Moreira tinha verdadeira predileção por mim... Apesar da indisposição criada por meu pai de não ter assentado "Moreira" no meu nome (todos os meus irmãos têm)... Isso era muito constrangedor para ele... Mas sendo eu o primeiro filha da sua MAIS DO QUE PREDILETA FILHA ÚNICA (note seu olhar nessa foto acima)... fazia todos os meus gostos.


Então (como era o gerente) saia comigo pelo meio da tarde pra lanchar (só eu lanchava)... Quase sempre uma abacatada e um misto quente na "Lanchonete Frial"... Depois, se fosse o caso, me levava pra cortar o cabelo na "Barbearia Fígaro Del Reique tinha um público seleto e cativo na "Galeria Central" que atravessava da Rua Marechal Deodoro para a Av. Eduardo Ribeiro em frente ao "Relógio Municipal".


Ás vezes me levava pra ver um filme no "Cine Odeon ou Cine Avenida"... Foi com que assisti ao filme "Marcelino Pão e Vinho".



(Um frade franciscano conta para uma menina doente a lenda de Marcelino, um bebê que foi deixado na porta do mosteiro e criado pelos religiosos. Após frustradas tentativas de entregá-lo para adoção, acaba sendo criado pelos doze frades franciscanos. Marcelino cresce fazendo travessuras e levando todos no convento à loucura com sua desobediência e imaginação; mediante a solidão e a falta de crianças de sua idade para brincar, se diverte inventando apelidos para os frades, cria um amigo imaginário chamado Manuel, inventa histórias inacreditáveis. Uma das histórias que relata, porém, desafia a curiosidade dos religiosos, que a resolvem conferir pessoalmente, constatando com surpresa o divino poder da inocência, e Marcelino se torna o protagonista de um milagre que marcará para sempre o vilarejo espanhol onde ocorre a história.) 


Eram dois belos cinemas, Avenida e Odeon; o melhor e mais concorrido salão de beleza, Messody; vestuário masculino para os senhores, só na Capri; para os jovens, Embalo’ s e Semog’s; camisetas Hering e malas para viagem, na Loja Vitrine; Mansour e Marabá tinham os melhores e mais belos tecidos do Planeta Terra. Na Quatro e Quatrocentos (depois Lobrás, hoje Marisa) tinha “de um tudo”; a inigualável esquina do fuxico, onde nada passava batido; a barbearia Fígaro Del Rei na Galeria Central tinha público cativo – passagem da Eduardo Ribeiro para a Marechal Deodoro, pertencente a empresa JG Araújo. As lanchonetes Frial – o sanduíche de queijo vinha com uma fatia fina, quase transparente, digna de figurar no guiness book -,  Go Go e Siroco.  Próximo ao Teatro Amazonas, tem a esquina que diziam ter uma caveira de burro enterrada – nada que ali fosse montado se estabelecia. A Credilar Teatro – antes Fábrica de Guaraná Baré -; as sedes do O Jornal e Jornal do Commercio; o Bar e Sorveteria Avenida (hoje Bradesco) e a Confeitaria Avenida. Que Kibom, Cremel, Gelar que nada! O melhor picolé do mundo era da Sorveteria Pinguim, e de sorva;  a banana split e sandae  da  lanchonete da Lobrás eram imbatíveis(*Trecho copiado na íntegra do site http://idd.org.br/a-avenida-eduardo-ribeiro-que-eu-conheci/)... 






Do "Cine Gruarany" guardo memórias à parte... Meu avô Moreira comprava pra mim muitas revistas em quadrinhos da época, os famosos "Gibis" (Batman, O Fantasma, Zorro, Flecha Ligeira, Almanaque Disney, Tex Willer, Mandrake, etc.)



Domingo pela manhã eu ia ao "matinê" no "Cine Guarany" e antes de iniciar o filme a molecada trocava seus "gibis" na entrada do cinema... Era uma alegria sem igual!!! (Um detalhe: somente no Cine Guarany a garotada se encontrava para trocar gibis).





E por falar em "Gibis" lembrei agora que depois dessa época voltamos para Parintins... Meu pai abriu a "Drogaria Ribeiro Júnior" na nossa própria casa na Rua Cel. José Augusto defronte ao "Colégio Batista de Parintins" (Essa parte da história vou continuar no link "PARINTINS... a Ilha do meu Pai", ok... (Clique para ir direto). 

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